A Defesa Civil de Contagem acaba de concluir o mapa hidrológico do município. Pela primeira vez, em 40 anos, o órgão possui uma georrefereciamento próprio. Antes, técnicos e gestores atuavam norteados por dados e boletins emitidos pelo Serviço Geológico do Brasil -CPRM, cujo levantamento mais atual é de 2012.
A construção do mapa foi feita por dois geólogos e dois engenheiros ambientais da Defesa Civil. O trabalho foi orientado e supervisionado pelo coordenador da Defesa Civil e geógrafo, Sidney Portilho, e pela subsecretária de Proteção e Defesa Civil de Contagem, Ângela Gomes, que é engenheira florestal.
Para formatar o mapa, a equipe levantou as séries históricas de precipitação e utilizou como base de dados, os relatórios do CPRM e os mapas do município relativos a solos, declividade e bacias hidrográficas. Também foram feitas diversas visitas a campo para atualizar as informações por meios do Programa DaCris – Defesa Ativa para Controle de Riscos, com amostragens por regional e por bacias hidrográficas.
Esse trabalho possibilitou o mapeamento de 122 áreas de risco hidrológico no município, 100 a mais que o último levantamento (2012) identificava. De acordo com a subsecretária Ângela Gomes, o mapa atualizado permite que a cidade tenha uma base de dados bem mais próxima da sua realidade no que diz respeito aos riscos hidrológicos.
“O mapeamento muda a eficiência das gestões de risco. Ao identificarmos e catalogarmos um local ou uma área, maiores são as chances de acompanhamento e monitoramento pelo poder público para que danos e tragédias sejam evitadas. Um trabalho planejado e coordenado pode reduzir, ou até mesmo eliminar, a ocorrência de alagamentos, inundações, deslizamentos, enfim, de algum desastre especialmente no período chuvoso”.
Outro dado obtido com a atualização do mapa refere-se à classificação dos riscos. Segundo a subsecretária, 50% destas 122 áreas catalogadas apresentam risco alto e muito alto. “Isso demonstra que estávamos trabalhando abaixo da realidade e da gravidade real. Havia várias áreas que não estavam sendo assistidas. Hoje temos condições de monitorá-las e ampará-las”, explicou.
Ângela Gomes informou que Defesa Civil está finalizando e atualizando, também, o mapa geológico da cidade. Em breve, eles serão enviados aos integrantes do Comitê Gestor de Risco - CGAR e aos regionais e gestores municipais. A ideia é que cada administrador regional tenha um mapa das áreas de maior gravidade de risco hidrológico e geológico. “Isso possibilitará ao regional atender as demandas de forma escalonada, e a partir da gravidade conscientizar os moradores sobre a situação, orientando e prestando os atendimentos necessários”, esclareceu a subsecretária.
Além dos mapas, a Defesa Civil de Contagem está desenvolvendo um plano de contingência para o período chuvoso e implementando Núcleos de Proteção e Defesa Civil - Nupdecs em várias comunidades com o objetivo de prepará-las e conscientizá-las sobre os riscos. Em breve, também serão instaladas placas de sinalização nos locais onde há risco de alagamentos. “Todas essas ações são fundamentais para garantir a prevenção e a proteção das pessoas. Acredito, inclusive, que a participação social é fundamental para auxiliar a atuação do poder público. Juntos pensaremos em mecanismos e soluções que possam controlar ou evitar tragédias”, finalizou.
Para saber quais são as 122 áreas de risco na cidade, e acesse o Mapa Hidrológico de Contagem